O Mistério de Manhattan


Finalmente, depois de tanto tempo, Philip Klinger conseguiu a sua tão sonhada transferência para a principal rede de televisão de Nova York. Há cinco anos atrás, ele se consagrava jornalista na Universidade de Michigan e, depois de tabalhar em jornais intermediários, agora ganhara uma oportunidade para trabalhar na NYTV, a maior rede de televisão norte-americana. Ali estava a grande chance de gravar o seu nome no hall dos principais jornalistas do mundo.

Como era de Michigan, Philip precisou se mudar imediatamente. Passara as duas últimas semanas procurando um apartamento na vislumbrante cidade de Nova York. Ficara dias na frente do computador buscando ofertas de aluguéis que estavam ao alcance de seu orçamento. Depois de tanta procura, finalmente ele encontrou um apartamento em um bairro vizinho de Manhattan.

O apartamento não era nem um pouco luxuoso. Simples, mas aconhegante, dava para ele ficar até conseguir uma grana para comprar um apartamento melhor. O grande problema era o prédio. Com mais de trinta anos de construção, o edifício parecia velho, revestido de pequenos azulejos azuis que, por causa do desgaste do tempo, não demoravam a cair. E onde não haviam revestimento, era notório as infiltrações nas paredes. O hall era macabro. Os móveis pareciam do século passado. Ele que não se atreveria a se sentar naquela cadeira colonial que ficava no canto da sala. Infelizmente, era o que ele podia pagar.

Logo depois de uma exaustiva jornada na televisão, Philip retornava para o seu apartamento. Já se passava um pouco das nove da noite. O frio era intenso no inverno nova-iorquino. Philip parou em frente ao portão de ferro do prédio, colocou a mão direita no bolso de seu sobretudo, até retirar um molho de chaves. Neste molho, ele logo segurou uma chave pequena, enferrujada, de formato triangular. Era a única entre as chaves que tinha essa forma estranha. Philip procurou acertar o buraco da fechadura. Ao aproximar a chave, teve uma supresa um tanto inusitada: a pota se destrancou sozinha. Pensou "prédio antigo é assim mesmo. Até ladrão entra!".

Logo depois de trancar a porta, Philip foi lentamente caminhando de cabeça baixa até às escadas que o levariam ao sexto andar, que era onde morava. De forma repentina, ele parou no primeiro degrau. Mesmo de cabeça baixa, pode perceber que tinha algo diferente no hall. Levantou a cabeça e girou o corpo, e se aproximou de uma das paredes do hall. Surpreso, viu que havia um recado escrito nela. A tinta vermelha informava a seguinte sentença: "Você vai morrer!" .


*Autor:
Paulo Dumi, escritor e jornalista formado desde 2008. Nascido em Santos, litoal do estado de São Paulo. Possui até o momento dois livros publicados: Vidas em Pauta (2008) e Anno Domini – manuscritos medievais (2008).
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