E João, quando viu o mar pela primeira vez, ficou com medo de que a onda levasse seu corpo. A primeira coisa que fez como bom mineiro-encanador-aposentado foi perguntar onde terminava aquele mundaréu de água.
A professora do EJA (Educação de Jovens e Adultos) de Sertãozinho, responsável pela excursão, não soube explicar e gozou de pouca paciência para responder a indagação do ancião.
― Olha, Seo João, não queira ser levado pelo mar, pois o senhor não chegará a lugar nenhum. Fique perto de todos e ficará tudo bem.
Não satisfeito e com a teimosia dos velhos, resmungou que lugar nenhum não era lugar. E intuiu que precisava descobrir aonde vai um homem levado pelo mar.
Como bom mineiro-encanador-aposentado, lá foi ele explorar as águas salgadas do Pacífico. Nadou muito. Parecia que estava no riacho ou na piscina da chácara onde era caseiro.
Quando não sentiu mais os pés tocarem a areia, descobriu que lugar nenhum existia e estava bem debaixo dele. E quanto mais se aventurava, mais distante ficava da civilização. E somente água era o que via, o que sentia. Estava agora em outro mundo.
Ficou cansado e tentou voltar para o lugar conhecido, mas não conseguiu. Sentiu um aperto no peito ao perceber que não chegaria a lugar algum. Ao mesmo tempo, a força que as águas transmitiam a João o levavam a crer que não acabaria ali.
Pela primeira vez descobriu em lugar nenhum a morada eterna.
*Autora:
Livany Salles, jornalista e escritora nas horas vagas. Eu = sem justificativas, sem denominações ou qualquer rótulo estampado no vidro de um produto na prateleira
A professora do EJA (Educação de Jovens e Adultos) de Sertãozinho, responsável pela excursão, não soube explicar e gozou de pouca paciência para responder a indagação do ancião.
― Olha, Seo João, não queira ser levado pelo mar, pois o senhor não chegará a lugar nenhum. Fique perto de todos e ficará tudo bem.
Não satisfeito e com a teimosia dos velhos, resmungou que lugar nenhum não era lugar. E intuiu que precisava descobrir aonde vai um homem levado pelo mar.
Como bom mineiro-encanador-aposentado, lá foi ele explorar as águas salgadas do Pacífico. Nadou muito. Parecia que estava no riacho ou na piscina da chácara onde era caseiro.
Quando não sentiu mais os pés tocarem a areia, descobriu que lugar nenhum existia e estava bem debaixo dele. E quanto mais se aventurava, mais distante ficava da civilização. E somente água era o que via, o que sentia. Estava agora em outro mundo.
Ficou cansado e tentou voltar para o lugar conhecido, mas não conseguiu. Sentiu um aperto no peito ao perceber que não chegaria a lugar algum. Ao mesmo tempo, a força que as águas transmitiam a João o levavam a crer que não acabaria ali.
Pela primeira vez descobriu em lugar nenhum a morada eterna.
*Autora:
Livany Salles, jornalista e escritora nas horas vagas. Eu = sem justificativas, sem denominações ou qualquer rótulo estampado no vidro de um produto na prateleira
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