Neste carnaval aproveitei pra assistir A Partida, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado. Gosto de filmes japoneses, mas juro que não estava esperando algo tão bom. A história do violoncelista que perde o emprego e tem que se mudar com a esposa para sua cidade natal não me parecia surpreendente. Mesmo assim resolvi dar uma chance, já que a alternativa era ver o xiriguidum dos sambódromos. Mas A Partida me surpreendeu. Daigo arranja emprego como preparador de corpos, e o que tinha tudo para ser uma história chata e monótona de um cara tentando convencer sua esposa, e a si mesmo, de que tem um emprego descente, acaba virando uma poesia de rituais tradicionais japoneses. Não há nojo na morte. Há beleza, serenidade e afeto. Há carinho por aquele que se foi e compreensão por aquele que fica. E por trás de toda a bizarrice da idéia inicial para o filme há o drama do menininho dentro do homem que só quer o pai de volta.
Juro que torci por Valsa com Bashir (porque sou fã de novelas gráficas) e morri de ódio de um filme tão sem graça ter ganhado o Oscar. Mas todos sabem os critérios de escolha para Melhor Filme Estrangeiro (estes mesmos que nunca vão deixar um filme brasileiro ganhar). E se A Partida se encaixa nesses critério, que bom. Eu provavelmente não teria me interessado em assistir ao filme se não fosse pelo Oscar.
E valeu a pena.
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